quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Afinal, qual o segredo dos fitoesteróis e por que eles têm sido tão comentados?


O segredo é fingir que também é colesterol e assim, enganar o organismo. Os fitoesteróis, como são chamados esse imitadores, tem uma estrutura bastante parecida com a gordura inimiga do coração. Por isso, eles conseguem se fazer passar pelo colesterol, ocupar seu lugar no intestino delgado e evitar que seja absorvido. Seu principal alvo é o LDL, o colesterol ruim.


A alta concentração de LDL no sangue favorece seu acúmulo nas paredes das artérias. Com o passar do tempo, elas podem ficar parcial ou totalmente entupidas, gerando sérias complicações cardíacas, principalmente infarto agudo do miocárdio. As doenças cardíacas, por sua vez, são responsáveis por cerca de 50% das mortes no mundo.

Um estudo recente, realizado no Laboratório de Lípides do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) comprovou que o consumo regular de fitoesteróis é capaz de reduzir, aproximadamente, de 10 a 12% os índices de LDL no sangue. E isso sem alterar a quantidade do chamado colesterol bom, o HDL, que ajuda a proteger o coração. Melhor ainda: quanto maior o valor de colesterol ruim no organismo da pessoa, maior será também o efeito redutor dos fitoesteróis.

Pena que essa substância milagrosa não seja produzida por nosso organismo, e sim apenas pelas plantas. Os principais fabricantes são as nozes, tomate, semente de girassol, soja, canola, trigo, milho, feijões, abacate e legumes.

O problema é que seria necessário consumir quilos desses alimentos para obter a quantidade de fitoesteróis diária para garantir seus benefícios ao coração: de 1,6 a 2g. Precisaríamos, por exemplo, comer 304 tomates, 9 xícaras de nozes, 168 cenouras, 120 maçãs, 66 laranjas ou 56 fatias de pão integral. Uma dieta balanceada com quantidades adequadas dos alimentos descritos acima fornece aproximadamente 0,4g de fitoesteróis por dia. Assim, é preciso recorrer a alimentos industrializados fortificados com a substância.

A variedade com produtos com fitoesteróis ainda não é muito grande, mas tende a crescer. Os mais comuns são margarinas e óleos vegetais, mas a gordura pode também ser acrescentada ao leite e ao iogurte. Para saber se o alimento tem algo a mais, basta ler o rótulo. No sabor não se percebe nada, e os alimentos enriquecidos são tão eficientes quanto os alimentos in natura na redução do colesterol ruim, com a vantagem de que não é preciso comer uma quantidade tão grande. Existem no mercado margarinas enriquecidas que contem 1,6g da substância por 20g de creme vegetal.

Estudos confirmam o poder redutor de colesterol dos fitoesteróis, mas demonstram que para isso ele tem de ser consumido regularmente, em doses diárias. Não adianta nada comer apenas uma vez por semana.

Se a dose de 1,6 a 2,0g for dividida em 3 porções por dia, maior ainda é a eficiência.

Mas CUIDADO com os EXAGEROS. Os fitoesteróis não fornecem benefícios adicionais quando consumidos acima de 3g diárias. Podem até piorar a situação, por exemplo, provocar um aumento na pressão sanguínea.

Agora que você já conhece os benefícios dessa gordura, cuide para que ela não falte em sua dieta. Mas é preciso ter em mente duas coisas:

O fitoesterol pode ser usado como prevenção e também por quem já tem colesterol elevado. Mas, nesse segundo caso, não dá para dispensar o acompanhamento médico.

O fitoesterol não vai livrar seu coração de todos os problemas. É importante que a DIETA como um todo seja BALANCEADA, além de manter a PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS e REDUZIR o nível de ESTRESSE. Ok, nada disso é novidade. Mas não custa lembrar.

AFINAL, SE ESSES HÁBITOS SAUDÁVEIS ESTIVESSEM NA ROTINA DE TODOS, NÃO HAVERIA TANTA GENTE SOFRENDO COM PROBLEMAS CARDÍACOS, NÃO ACHAM?!

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