O chá é uma das bebidas mais consumidas e mais antigas do mundo, os primeiros relatos de seu uso datam do século 27 a.C.
Dentre os alimentos funcionais, o chá é uma bebida amplamente utilizada, apresentando um consumo mundial per capita de, aproximadamente, 120mL/dia, perdendo apenas para a água como a bebida mais consumida.
Basicamente há três tipos de chás tendo como nome científico Camelia sinensis, da família Theaceae, que são mais consumidos mundialmente: o chá verde, o qual não sofre fermentação durante o processo e deste modo retém a cor original de suas folhas; o chá oolong, o qual é parcialmente fermentado, resultando em um chá verde-preto; e o chá preto, cujo processo de fermentação é maior do que o do chá oolong, contribuindo assim para uma coloração escurecida, além de lhe conferir sabor característico.
Mas e o chá branco e o chá vermelho? Bom, esses dois também são feitos a partir da Camelia sinensis, porém não existem evidências científicas sobre os seus efeitos.
Os chás tem atraído muita atenção nos últimos anos devido à sua capacidade antioxidante. O consumo de antioxidantes naturais, como os compostos fenólicos que inibem a formação de radicais livres, tem sido associado a uma menor incidência de doenças relacionadas com o estresse oxidativo, como as doenças cardiovasculares, câncer e doenças neurodegenerativas.
Os constituintes mais importantes das folhas do chá de Camelia sinensis são os compostos fenólicos, em especial os taninos e os flavonóides.
Provavelmente o aquecimento do chá pode levar a uma diminuição da biodisponibilidade de seus principais componentes (catequinas).
Uma típica bebida de chá verde, preparada em uma proporção de 1 grama de folhas para 100mL de água por 3 minutos de fervura, geralmente, contém cerca de 35-45mg de catequinas e 6mg de cafeína, dentre outros constituintes.
A American Dietetic Association (ADA) sugere o consumo de 4 a 6 xícaras de chá verde ao dia, a fim de alcançar seus efeitos benéficos. A forma de preparo também deve ser considerada, devendo-se esquentar a água até pouco antes da ebulição e despejá-la nas folhas de chá bem devagar e do alto, oque ajuda na redução do processo oxidativo. A infusão deverá ficar abafada por um período de 2 a 3 minutos. O armazenamento por longo tempo também não é recomendado, pois ocorre perda dos compostos fenólicos. A proporção de água e ervas deve ser a seguinte: para cada litro de água, quatro colheres de sopa de erva fresca ou duas colheres de erva seca. Outra sugestão é que deve ser consumido entre as refeições para não interferir na biodisponibilidade dos nutrientes.
A preponderância das evidências sugere que o chá verde, através de seus componentes, tem efeito portetor contra diversos tipos de câncer e doenças cardiovasculares, possui propriedade antialérgica, antiesclerótica e antibacteriana, acelera o metabolismo, além de ser rico em minerais e vitamina K. O chá preto possui ação contra radicais livres, tem potencial anticarcinogênico e antimutagênico com capacidade para reduzir doenças cardiovasculares.
Por essas razões, atualmente, o chá é considerado um alimento funcional que, se consumido no cotidiano, pode trazer inúmeros benefícios à saúde. Em contrapartida, alguns estudos evidenciaram efeitos danosos à saúde quando o chá verde for utilizado por longos períodos ou acima das doses recomendadas. Entre os efeitos adversos observados em pessoas que ingeriram, por 5 anos, o chá obtido diariamente a partir de 65g de folhas, pode levar à disfunção hepática, problemas grastrointestinais, como constipação, e até mesmo à diminuição do apetite, insônia, hiperatividade, nervosismo, hipertensão e irritação gástrica. Esses possíveis efeitos danosos devem-se pelo conteúdo de cafeína presente no chá.
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