O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou no mês passado (agosto de 2010) os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009 sobre antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. A pesquisa mostrou claramente o cenário atual da transição nutricional do país que já vem se modificando ao longo dos anos.
Entre maio de 2008 e maio de 2009, foram entrevistadas 188.461 pessoas de todas as idades. O estudo investigou o estado nutricional da população através de medidas antropométricas, como: altura, peso, idade e IMC (Índice de Massa Corporal).
A pesquisa destaca essa transição baseada nos dados anteriores dos inquéritos do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 1974-1975, em que os índices de desnutrição infantil eram elevados (29,3%entre os meninos e 26,7% entre as meninas). No entanto, os dados atuais da pesquisa de 2008-2009 mostraram que esses números caíram para 7,2% e 6,3%, respectivamente.
Além disso, foi observado com grande frequência excesso de peso e obesidade a partir de 5 anos de idade, independentemente dos grupos de renda e região do país. Entre meninos e rapazes de 10 a 19 anos o excesso de peso era de 3,7% em 1974-75 e passou para 21,7% na pesquisa atual, já entre as meninas e moças o excesso de peso era de 7,6% e passou para 19,4%.
Entre a população adulta, esses dados são mais alarmantes. Entre os homens, o excesso de peso passou de 18,5% (1974-75) para 50,1% (2008-09) e entre as mulheres a mudança foi de 28,7% para 48%. De um modo geral, os principais destaques da pesquisa são:
- A Região Sul apresentou os maiores percentuais de excesso de peso com 56,8% nos homens e 51,6% nas mulheres. A obesidade mostrou-se presente em 15,9% nos homens e em 19,6% nas mulheres.
- Homens com maior rendimento financeiro apresentaram maior excesso de peso (61,8%), enquanto as mulheres com renda mais alta, não foi relacionado com maior índice de excesso de peso.
- O déficit de altura em crianças menores de 5 anos foi mais expressivo em meninas no primeiro ano de vida (9,4%), crianças da região Norte (8,5%) e na faixa mais baixa de renda familiar (8,2%).
Surpreendente não? Onde vamos parar?
Caso alguém tenha interesse em ver a pesquisa na íntegra segue o link:
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